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O DAZN – nova plataforma de streaming especializada em esportes – estreou a transmissão em português da Indy neste sábado, 11, com o GP de Indianápolis, a prova no circuito misto do Brickyard. Para a missão, o serviço escalou Cesar Augusto, ex-Globo, como narrador e teve Mario Haberfeld, ex-piloto da CART, como “convidado especial” – no caso, na função de comentarista.
Pode não parecer, mas a transmissão foi um marco: pela primeira vez desde o final da Champ Car, em 2007, uma corrida de monopostos norte-americana foi exibida por uma "emissora" além dos canais do grupo Grupo Bandeirantes. O GP também foi a primeira oportunidade de avaliar o DAZN, lançado oficialmente no Brasil nesta semana, dentro das exibições de automobilismo.

Cesar Augusto, que por muitos anos foi repórter da Globo e, mais recentemente, fazia narração de tênis no Canal Sony, investiu em uma locução mais serena e conversada, sem tantas variações de tom de voz ou bordões – excetuando, talvez, as voltas finais da corrida. Por outro lado, com a presença de Haberfeld, que correu na Champ Car/CART entre 2003 e 2004, a transmissão aproveitou para tirar dúvidas e apresentar a Indy ao espectador que não está acostumado com automobilismo ou que assiste apenas à Fórmula 1. Até por isso o tom geral ficou bem longe do lado mais técnico.
Apesar dessa troca de experiências ser relevante e enriquecer a transmissão, fez falta a emoção na narração ou uma análise mais profunda do que acontecia na pista – principalmente em uma corrida com muitas variações de estratégia, ultrapassagens e pista molhada na parte final. Ainda assim, é bom dizer que Augusto estava de olho nos comentários sobre o assunto no Twitter e deu uma elevada no tom nas últimas voltas. No trecho final tivemos uma grande perfomance de Simon Pagenaud, da Penske, que reagiu na chuva, surpreendeu os ponteiros, ultrapassou o então líder (Scott Dixon, da Chip Ganassi) e venceu o GP.
Dentro da mesma linha, o positivo foi que não houve ufanismo com o bom desempenho do brasileiro Matheus Leist, que foi outro a ter uma bela corrida em pista molhada, terminando na quarta posição. Por outro lado, faltou talvez pontuar um pouco mais esse desempenho e que era o melhor resultado da equipe Foyt desde 2015, por exemplo.

O sinal utilizado pela plataforma foi o mesmo da NBC Sports, inclusive com a narração original “vazando” por aqui – até para evitar que o incômodo fosse maior, o áudio em geral foi deixado bem mais baixo, o que praticamente nos privou do som dos motores, das rodadas e das batidas. Faltou, para o próprio DAZN, uma faixa de áudio com apenas o som ambiente e eventuais músicas – com a locução em português sendo adicionada por cima dessa faixa.
Ainda seguindo o feed da NBC, a transmissão brasileira começou alguns minutos antes da largada e terminou logo após o chamado círculo da vitória. Não houve intervalos, ou ainda a exibição dos treinos livres ou da classificação. Talvez, por não ter as limitações técnicas e temporais de um canal tradicional, o DAZN pudesse investir em uma pré e uma pós-corrida, por exemplo.
Por ser uma plataforma de streaming, a tecnologia é importante. Para acompanhar o GP de Indianápolis, o GRANDE PREMIUM usou o app do DAZN no iPad Pro e no Xbox One. Em ambos os casos o sinal rodou sem sobressaltos – inclusive, em certo momento, a conexão com a internet chegou a ficar bem ruim, mas o aplicativo diminuiu ao máximo a resolução da imagem para manter a conexão, o que é um ponto positivo. Idas e vindas na conexão são péssimas quando falamos de transmissões ao vivo.
A Indy, agora, entra em ritmo de 500 Milhas de Indianápolis, que acontece em 26 de maio – mas que já tem treinos a partir da próxima terça-feira. Vamos ver qual será a abordagem do DAZN para o chamado “maior espetáculo do automobilismo”.
Leia mais:
– O que é e como funciona o DAZN
– Os bastidores da Indy pelos olhos de Scott Dixon
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