Os dias de Ducati estão contados para Andrea Dovizioso. Após oito anos de envolvimento com a fábrica de Borgo Panigale, o italiano anunciou o divórcio para o final da temporada 2020, ressaltando últimos meses bastante conturbados na relação.
A parceria demorou a engrenar, mas depois de alinhada, rendeu grandes frutos para ambos os lados. Nos últimos três campeonatos, tanto o competidor de Forli quanto a marca italiana ficaram com o vice-campeonato.
Dos dias de luta aos dias de glória, é inegável dizer que a parceria entre Dovizioso e Ducati deu bastante certo. Pensando nisso, o GRANDE PREMIUM comparou todos os campeonatos e os desfechos que passaram juntos.
2013
Corridas: 18
Pole-position: 0
Top-10: 17
Top-5: 2
Pódios: 0
Vitórias: 0
Abandonos: 1
Pontos: 140
Posição final: Oitavo
2014
Corridas: 18
Pole-position: 1
Top-10: 17
Top-5: 9
Pódios: 2
Vitórias: 0
Abandonos: 1
Pontos: 187
Posição final: Quinto

2015
Corridas: 18
Pole-position: 1
Top-10: 13
Top-5: 7
Pódios: 5
Vitórias: 0
Abandonos: 4
Pontos: 162
Posição final: Sétimo

2016
Corridas: 18
Pole-position: 2
Top-10: 9
Top-5: 7
Pódios: 5
Vitórias: 1
Abandonos: 5
Pontos: 171
Posição final: Quinto

2017
Corridas: 18
Pole-position: 0
Top-10: 15
Top-5: 11
Pódios: 8
Vitórias: 5
Abandonos: 2
Pontos: 261
Posição final: Segundo

2018
Corridas: 18
Pole-position: 2
Top-10: 14
Top-5: 11
Pódios: 9
Vitórias: 4
Abandonos: 3
Pontos: 245
Posição final: Segundo

2019
Corridas: 19
Pole-position: 0
Top-10: 17
Top-5: 15
Pódios: 9
Vitórias: 2
Abandonos: 2
Pontos: 269
Posição final: Segundo

2020*
Corridas: 8
Pole-position: 0
Top-10: 6
Top-5: 3
Pódios: 2
Vitórias: 1
Abandonos: 1
Pontos: 84
Posição final: Quarto
*temporada em progresso

Dovizioso embarcou na Ducati em 2013 com a missão de substituir Valentino Rossi após a passagem complicada do italiano. Entretanto, com uma Desmosedici pouco competitiva, o melhor resultado que alcançou foi uma quarta colocação em um GP da França com condições molhadas. Ao final da temporada, ainda conseguiu ficar à frente do companheiro Nicky Hayden, mas com apenas 14 pontos de vantagem.
Já na temporada de 2014, o piloto da moto #4 já começou a mostrar mais adaptação com a fera vermelha do time. Naquele campeonato, não apenas conseguiu seu primeiro pódio usando as cores da Ducati, uma terceira colocação no GP das Américas, como também conseguiu a primeira pole-position na nova casa no GP do Japão.
Andrea começou o ano seguinte em alta, conseguindo pódio em quatro das cinco primeiras corridas do calendário. Entretanto, sua campanha sofreu com grandes problemas mecânicos e quebras e, portanto, até o final da temporada o piloto voltou apenas mais uma vez ao pódio – se nas cinco primeiras provas somou 87 pontos, nas cinco seguintes trouxe apenas 11 para o bolso.
Em 2016, mais uma vez Dovi começou em alta ao conseguir um pódio. Entretanto, mais uma sucessão de problemas jogaram contra o italiano – acidentes com Andrea Iannone, Dani Pedrosa e falha na moto foram motivos dos três abandonos consecutivos. Mas se começou o ano bem, terminou ainda melhor: alcançou sua segunda vitória na MotoGP, a primeira em sete anos.
Para 2017, as coisas estavam bastante diferentes na Ducati. Dovi encarava seu quarto companheiro de equipe diferente – agora, depois de Hayden, Cal Crutchlow e Iannone, tinha Jorge Lorenzo ao lado. Totalmente adaptado à Desmosedici, foi o primeiro campeonato que o piloto brigou com Marc Márquez pelo título, levando a disputa até a última corrida em Valência. Lá, além de ser atrapalhado pelo colega espanhol, sofreu uma queda e terminou como vice-campeão.
A história se repetiu por mais dois anos, em 2018 e 2019. Dovizioso se estabeleceu como o grande adversário da estrela da Honda, sendo um dos únicos a conseguir batê-lo no combate corpo a corpo, mas nunca ameaçando de fato o reinado do hexacampeão. O italiano bem que tentou, mas teve de se contentar com o vice.
As coisas poderiam ser diferentes em 2020. Com Marc fora de combate tratando de uma lesão, Andrea teoricamente tem caminho livre para colocar as mãos no caneco e tirar a Ducati da fila de 13 anos de espera. Entretanto, com a ascensão dos jovens talentos como Fabio Quartararo e Joan Mir, além da inconsistência de resultados, tem jogado um balde de água fria mais uma vez no piloto que, até o momento, está desempregado para o ano que vem.
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